Segunda Grandi Marxa Cabral celebra em Lisboa meio século das independências Africanas

No dia 13 de setembro de 2025, Lisboa será palco da Segunda Grandi Marxa Cabral, iniciativa que assinala os 50 anos das independências africanas conquistadas após a luta de libertação da Guiné-Bissau, Cabo Verde, Angola, Moçambique e São Tomé e Príncipe.

A marcha, organizada sob o lema “Di Povu pa Povu: Libertação, Dignidade, Soberania Popular”, terá início na Avenida da Liberdade e encerra no Largo de São Domingos, no Rossio, local simbólico da memória e presença africana em Portugal. O encerramento será marcado por um grande manifesto cultural panafrikanu, que une o batuku de Cabo Verde, o mandjuandadi da Guiné-Bissau e o dabke da Palestina. Na ocasião, será também lida a Segunda Declaração Panafrikanista de Lisboa.

De acordo com a Konferénsia Panafrikanu di Lisboa, a marcha é um gesto de reconhecimento histórico a todos os combatentes da libertação africana, sobretudo às pessoas anónimas que, com coragem e sacrifício, contribuíram para a queda do império colonial português e para o fim da ditadura fascista em Portugal. O evento pretende também homenagear a solidariedade internacional que apoiou as lutas de libertação, num tempo em que, como sublinham, “a independência foi conquistada a preço de lágrimas, fogo e sangue”.

 

Foto Menina Preparacao Marxa Cabral

A iniciativa terá igualmente um caráter de reflexão crítica. A organização sublinha que, passadas cinco décadas, os povos africanos ainda enfrentam desafios estruturais que impedem a plena realização da soberania popular e que as independências foram apenas um passo no longo caminho de emancipação. Entre as preocupações, destacam-se as limitações ao aprofundamento democrático, as desigualdades sociais persistentes e o afastamento de algumas instituições internacionais face às aspirações dos povos africanos.

A marcha reforça ainda a solidariedade com outros povos em luta, como os do Congo, Sudão, Palestina e Saara Ocidental, recordando as palavras de Frantz Fanon: “Todas as vezes em que um ser humano fizer triunfar a dignidade do espírito, todas as vezes em que um ser humano disser não a qualquer tentativa de opressão do seu semelhante, é nosso dever histórico solidarizar-nos com o seu ato.”

 

Foto Preparacao Cartazes Marxa Cabral

Antes da Marxa, terá lugar no próximo dia 6 de setembro, às 17h00, na Associação Cavaleiros de São Brás, Amadora, a 14ª Konferénsia Panafrikana di Lisboa, sob o mote “Povu na Puder: 50 anos de independência e a urgência de soberania popular panafricana”.
O encontro, moderado por Benvinda Lima, contará com intervenções de Antonieta Rosa Gomes (Guiné-Bissau), Luzia Moniz (Angola), Magda Burity (Moçambique), Mauro Marques (Cabo Verde) e Raquel Lima (São Tomé).

Mais do que uma celebração, a Segunda Grandi Marxa Cabral é apresentada como um ato cultural e político de continuidade da luta, inspirado pelo legado de Amílcar Cabral e pelo lema histórico: “A luta continua.”

A Equipa da CCGB

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