Hélder Proença, renomado escritor da Guiné-Bissau, inaugurou a sua trajetória literária na adolescência com poemas anticolonialistas, marcados pela afirmação da identidade nacional e entrelaçados com o seu engajamento político. Os textos dessa fase foram compilados no seu 1º livro Não Posso Adiar a Palavra, publicado só em 1982. Nos anos 70, integrou ativamente o movimento independentista PAIGC (Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde), interrompendo os seus estudos liceais para ingressar na guerrilha em 1973. Após a conquista da Independência, regressou a Bissau, prosseguindo os seus estudos e assumindo cargos relevantes como o de responsável adjunto pelo setor de educação na região de Bolama e professor de história. Desempenhou diversas funções nos Ministérios da Cultura e da Defesa, além de ter sido deputado na Assembleia Nacional Popular e membro do Comité Central do PAIGC. Reconhecido como uma das maiores figuras da literatura guineense contemporânea, Proença escreve tanto em português quanto em crioulo. Destaca-se como co-organizador e prefaciador da primeira antologia poética da Guiné-Bissau, Mantenhas Para Quem Luta! (1977). A sua contribuição estende-se a diversas publicações, nomeadamente em revistas como Raízes (cabo-verdiana), África (portuguesa), Libertação e O Militante, estas duas últimas vinculadas ao PAIGC. Parte da sua produção permanece inédita.