Teve início na última Sexta-feira, dia 1 de novembro de 2024, a segunda edição do Festival Bienal Afro-Portugal em Coimbra, com uma programação rica e diversificada. O festival, realizado de dois em dois anos, destaca artistas africanos/as e afrodescendentes, abrangendo várias expressões artísticas como teatro, música, literatura, cinema, performance, artes visuais, artes sonoras e digitais. Além disso, inclui uma feira do livro, sessões para a infância e atividades formativas para escolas, ensino superior e pós-graduado.

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Durante 15 dias, diversos espaços culturais e académicos de Coimbra serão palco de eventos que integram esta programação multidisciplinar. O dia de abertura do festival contou com o debate “As Identidades são um Banquete Móvel”, realizado no Café do Teatro Académico de Gil Vicente (TAGV). Este debate, focado na questão da “identidade na pós-modernidade”, foi moderado por Paula Machava, doutoranda na Universidade de Coimbra, e contou com as participações de Xullaji (músico), Yara Nakahanda Monteiro (escritora), Madalena Bindzi e Maria Lobo (mestrandas na Universidade de Coimbra).

Ainda no primeiro dia, foi inaugurada a exposição de artes visuais “Novos Territórios”, na Casa da Esquina, animada pelo DJ 808xez, e foi apresentada a instalação itinerante “Varal Digital Itinerante – Poemas de Yara Nakahanda Monteiro”, que estará em exibição até 15 de novembro.

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Para o segundo dia do festival, destacaram-se a sessão “Inventando Griots” — uma oficina e sessão de histórias com o Coletivo Cont(estas)tórias, liderada por Cláudia Rocha e Marinho Pina — e a conversa com escritores “Inventando Mundos”, moderada por Doris Wiser, docente da Universidade de Coimbra, com a participação de Yara Nakahanda Monteiro, Telma Tvon e Amadu Dafé. O dia encerra com o espetáculo musical “Kanhon di Boka”, com o artista Prétu, no Teatro da Cerca de São Bernardo.

O festival segue com sessões de cinema, teatro, palestras, performances, colóquios, debates e exposições, culminando numa feira do livro, (consultar aqui). As artes e a literatura guineenses estão representadas no evento através das participações do escritor Amadu Dafé; do artista plástico Helénio Mendes, que participa numa exposição coletiva de artes visuais, além de dirigir uma oficina de grafitti; do performer e escritor Marinho Pina e do djidiu Demba Djabate. No cinema de temática guineense, os destaques vão para as exibições de “Skola di Tarafe”, de Filipa César e Sónia Vaz Borges, e “Fogo no Lodo”, de Catarina Laranjeiro e Daniel Barroca.

A primeira edição do Festival Afro-Portugal, em novembro de 2022, intitulada “Contas de Torna-Viagem”, refletiu sobre a memória colonial portuguesa, o racismo e a visibilidade das artes negras. Na edição atual, o foco está na exploração das complexidades dos movimentos de memória e na circulação de identidades, e na imaginação de futuros através das artes negras e aborda temas como anegritude e afrodescendência.

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O Festival Afro-Portugal é coproduzido pelo Teatro da Cerca de São Bernardo/Escola da Noite e pelo Teatro Académico de Gil Vicente, com curadoria de Catarina Martins (investigadora e docente na Universidade de Coimbra), Hamilton Francisco (Babu) (artista plástico angolano), Madalena Bindzi (estudante de História da Arte), Marinho Pina (arquiteto e performer guineense) e Yara Nakahanda Monteiro (escritora angolana). O evento conta com o apoio de diversas instituições, incluindo a Cena Lusófona, Casa da Esquina, Casa da Cultura da Guiné-Bissau, Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra e Centro de Arqueologia e Artes da Universidade de Coimbra.

 

A Equipa da CCGB

A conferência internacional “O Nascimento (em Imagens) das Nações Africanas: Média e Descolonizações”, realizada em Lisboa no dia 9 de outubro, contou com a participação do cineasta guineense Flora Gomes numa conversa com o sociólogo Miguel de Barros. O evento, promovido em colaboração com o ICNOVA-FCSH, a Escola das Artes (UAL), o Hangar e com o apoio da Cinemateca Portuguesa, destacou o percurso de Flora Gomes, o mais conhecido dos realizadores guineenses, e os desafios enfrentados na produção do seu novo documentário em parceria com Sana Na H’ada e Suleimane Biai sobre Amílcar Cabral, figura central na sua obra cinematográfica.

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Durante a conversa, Flora Gomes refletiu sobre o seu percurso no cinema, iniciado após a independência da Guiné-Bissau, e sobre as dificuldades que sempre enfrentou ao tentar contar as histórias do seu país, ainda desprovido de salas comerciais de projeção. Com especial enfoque no mais recente projeto, um documentário sobre Amílcar Cabral, que está em produção há mais de 10 anos, sem qualquer financiamento oficial, Flora Gomes sublinhou o grande desafio de documentar a vida e o legado de Cabral, uma figura que transcende a Guiné-Bissau e representa a luta pela libertação em toda a África.

Formado em cinema em Cuba e no Senegal, Flora Gomes revelou que a presença de Amílcar Cabral percorre toda a sua obra cinematográfica, desde a sua primeira longa-metragem, Mortu Nega (1987), que aborda a luta pela independência da Guiné-Bissau, até os seus filmes mais recentes. Títulos como Udjus azul di Yonta (1992), Po di Sangui (1996), Nha Fala (2002) e República di Mininus (2013) são exemplos do seu compromisso com temas de resistência, resiliência e o sonho de um futuro melhor, características centrais das suas narrativas. Em 2000, Flora Gomes foi agraciado em França com o título de Chevalier des Arts et des Lettres e já foi premiado em prestigiados festivais internacionais, como os de Veneza, Cannes e FESPACO.

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Miguel de Barros elogiou a capacidade de Flora Gomes de utilizar o cinema como uma ferramenta de transformação social e preservação da memória coletiva da Guiné-Bissau, destacando o impacto da sua obra na construção de uma identidade contra-colonial. O sociólogo realçou ainda o papel essencial de Cabral, um ícone que atravessa gerações e está profundamente enraizado na cinematografia de Gomes.

A conversa do dia 9 antecedeu a sessão de cinema realizada a 10 de outubro na Cinemateca Portuguesa, onde foram exibidos três filmes históricos: Maputo (1977), Reconstrução, Educação (1977), co-realizado por Flora Gomes, e Nô Pintcha (1979). O crítico Luca Peretti introduziu as exibições, contextualizando-as no cinema de descolonização e destacando a importância de Flora Gomes como uma voz fundamental no cinema africano.

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Após a sessão de cinema, realizou-se a apresentação do livro O Cineasta Visionário, na Livraria Linha de Sombra (Cinemateca), por Miguel de Barros, organizador do livro. A obra celebra a vida e a carreira de Flora Gomes, reafirmando o seu papel central na preservação da memória histórica e no cinema de libertação africano.

 

No dia 12 de outubro de 2024, o Coliseu dos Recreios em Lisboa será palco de uma noite inesquecível, dedicada à tradição da cultura Mandjuandadi da Guiné-Bissau. Organizado pela Marimba, com o apoio do PROCULTURA, este evento irá destacar o papel essencial dos grupos Mandjuandadi, coletivos culturais compostos principalmente por mulheres que se expressam através da música e dança, e que contribuem para a preservação e fortalecimento das tradições culturais guineenses.

A noite será marcada pela atuação de alguns dos maiores artistas contemporâneos da Guiné-Bissau. Patche Di Rima, uma das vozes mais influentes do país, liderará o espetáculo, acompanhado por : Jery Bidan, Eneida Marta, Iva & Ichi, Ammy Injai, Mamba Negra, Memu Sunhu, Rei Hélder, Big Carlos, Andoé Nanque, El Matchonis e Netos di Bandim. Estes talentosos músicos irão fundir ritmos tradicionais e modernos, proporcionando ao público uma experiência musical rica e envolvente, que destaca a herança e a inovação cultural guineense.

Concerto de Patche Di Rima e Artistas Guineenses no Coliseu dos Recreios

Promovido pela Marimba, o concerto conta com o apoio do PROCULTURA, um projeto financiado pela União Europeia e cofinanciado pelo Camões I.P.. Este projeto integra o programa PALOP-TL e UE, e visa apoiar a criação de emprego e o desenvolvimento do setor cultural nos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP) e Timor-Leste, incentivando atividades que gerem rendimento no setor cultural.

Os bilhetes para este concerto já estão à venda. Não perca esta oportunidade de celebrar a cultura guineense numa noite de música e dança que ficará para a história!
Garanta o seu lugar através do link: Marimba Apresenta Cultura Mandjuandadi.

Data: 12 de outubro de 2024
Local: Coliseu dos Recreios, Lisboa
Horário: 21h

Venha celebrar a força e a beleza da cultura Mandjuandadi com grandes nomes da música guineense!

Iniciativa: CCGB – Casa da Cultura da Guiné-Bissau

Enquadramento: Comemoração do Centenário de Amílcar Cabral

Curadoria: Catarina Laranjeiro e Marinho Pina

Local: Casa do Comum (R. da Rosa 285, 1200-385 Bairro Alto – Lisboa)

Datas: 25, 28 e 29 de setembro

 

Sinopse

“N’tchanha, N’tchanha, silo be minto”. É N’tchanha quem faz os melhores potes, é ela quem faz aquele pote com a melhor água, a água capaz de esfriar o peito, realizar esperanças, regar sonhos e deixar espaço para a sabura da vida. Há muito tempo que se luta à procura de N’tchanha na Guiné-Bissau, com muitas armas e muitas ferramentas, algumas das quais: contos, cantos, adivinhas, poesias, provérbios, músicas, ritmos, danças, teatro e, também, cinema.

Celebrando o centenário de Amílcar Cabral, a Casa da Cultura da Guiné-Bissau propõe um ciclo de cinema para traçar os “Caminhos de N’tchanha”, da colónia à independência, estendendo-se às diásporas.

Partindo do filme O Regresso de Cabral (1978), Marinho Pina convidará os espectadores a descobrir as diferenças nos filmes protagonizados por dois Rebelos de Sousa, deixando no ar, a música e o carisma de Djeni di Rima. Nos filmes de propaganda, onde líderes de diferentes tempos chamam o povo às ruas, encontramos continuidades onde se imaginariam ruturas.

Na segunda sessão, celebraremos a Luta de Libertação e a Independência. Num primeiro registo, Cabral, hábil diplomata, é o anfitrião de uma exposição sobre as atividades sociais e militares do PAIGC, para diferentes embaixadores, e representantes internacionais. Nos filmes do imediato pós-independência, o líder do PAIGC é a omnipresente memória. Por fim, um filme sobre as consequências da ofensiva colonial e do exílio das populações durante a guerra, no cultivo dos campos de arroz.

A terceira sessão é dedicada aos realizadores que, filmando a Guiné-Bissau contemporânea, no continente e nas diásporas, trabalham sobre legados coloniais e não coloniais, ainda não superados. A educação, as vontades e os destinos dos jovens guineenses entre trânsitos, são aqui chamados a debate, numa sessão que contará com a presença de vários realizadores, e que terminará na pista de dança.

Finalmente, a quarta sessão é para toda a família. Começaremos com um filme pós-independência, de Sana Na N´Hada, um dos pioneiros do cinema guineense, censurado pelo governo de então, por mostrar uma Guiné-Bissau, aparentemente, não mostrável. Segue-se uma obra realizada à margem do cinema institucional, no bairro de Cuntum, em Bissau. Terminaremos com o mais recente sucesso do cinema guineense, realizado pelo coletivo Ami ku nha Sunhu, um grupo de jovens também que carregam o sonho de encontrar o “Caminho de N’tchana”. O Djumbai final será acompanhado por um “kume-kume”.

Programa

  1. 25 de setembro, 17h00

I Sessão

Com intervenções de abertura e comentários intercalares

Duração da sessão: 92’

  1. 28 de setembro, 21h00

II Sessão

Seguida de Animação de DJ Boris, que tocará músicas africanas até às 2h.

Duração: 78’

  1. 29 de setembro, 11h30

III Sessão – voltada para as famílias

Seguida de Kume-Kume

Kume-Kume é um jogo de solidariedade e de cuidado, praticado por crianças, em que todas levam alguma comida, independentemente da quantidade. A expressão "memu kabas ta bentia mama", significa precisamente que partilhar comida fortalece a fraternidade. Vem brincar connosco! Traz a tua comida para aquecer o corpo e leva amor para tchiquinir a alma.

Duração: 101’

Iniciativa: CCGB – Casa da Cultura da Guiné-Bissau

Lema: Cultura – fator de libertação e de construção do progresso

Parceiros: Associação Amílcar Cabral (AAC), Associação de Estudantes da Guiné-Bissau em Lisboa (AEGBL), Centro de Intervenção para o Desenvolvimento Amílcar Cabral (CIDAC), Clube Amor à Leitura (CAL), Direção-Geral do Livro, dos Arquivos e das Bibliotecas (DGLAB), Falas Afrikanas, Grupo Cultural Netos de Bandim, TuduTicket

Local: Torre do Tombo, Cidade Universitária, Lisboa

Data: 27 de Setembro

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PROGRAMA

** Exposição documental sobre Amílcar Cabral e a cultura (CIDAC)

** Banca de livros aberta durante o evento, com autores guineenses e africanos (Falas Afikanas)

09:00 – Chegada dos membros da comissão organizadora

09:30-10:00 – Acolhimento

Abertura do evento

10:00 -10:30

Recital de poemas de Amílcar Cabral: Clube Amor à Leitura (CAL)

Intervenções:

DGLAB (por confirmar)

Presidente do CIDAC – Cristina Cruz

Diretora da CCGB – Rita Ié

Comissão organizadora – Sumaila Jaló

Painel I

10:30-11:00

Moderadora: Samantha S. Sarr (CCGB – Casa da Cultura da Guiné-Bissau)

CONFERÊNCIA DE ABERTURA: “A influência de Cabral na poesia da Guiné-Bissau” | Érica Cristina Bispo (Instituto Federal do Rio de Janeiro - IFRJ)

11:00-11:30Pausa café

Painel II

11:30-12:45

Moderadora: Isaiete Jabula (Centro Interdisciplinar de Ciências Sociais da UNL)

Tema: “Cultura no pensamento e ação de Amílcar Cabral”

Amílcar Cabral (1924-2024): reflexões em torno do seu pensamento e da sua ação no centenário do seu nascimento | Julião Soares Sousa (Centro de Estudos Interdisciplinares da Universidade de Coimbra – CEIS20)

Mulheres, Nação e Lutas na Guiné-Bissau | Sílvia Roque (Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra – CES-UC)

Cultura, imaginação histórica e políticas de libertação | Víctor Barros (Instituto de História Contemporânea da Universidade Nova de Lisboa – IHC-UNL)

Painel III

12:45-13:45

Moderador: Ronaldo Mendes (CCGB – Casa da Cultura da Guiné-Bissau)

Roda de conversa: “Produção cultural, democratização e construção de progresso: um diálogo militante com Amílcar Cabral”

Kumpaku Bua Pogha (UPRG Cassacá-64) e Yussef (Movimento Africano de Estudantes e Trabalhadores – RGB)

13:45-15:00Almoço (livre)

Painel IV

15:00-16:15

Moderador: Stéphane Laurent (Centro de Intervenção para o Desenvolvimento Amílcar Cabral – CIDAC)

Tema: “Cabralismo e educação transformadora”

Cabral e Freire, aprendendo a ler e a escrever a vida | Augusta Henriques (Tiniguena)

Educação, emancipação, transformação – “Pensar para agir, agir para pensar” | Cecília Fonseca (Centro de Intervenção para o Desenvolvimento Amílcar Cabral – CIDAC)

Reverberações pedagógicas de Amílcar Cabral no pós-independência: alfabetização e educação para a libertação | Mélanie Toulhoat (Instituto de História Contemporânea da Universidade Nova de Lisboa – IHC-UNL)

Painel V

16:15 -17:15

Apresentação de livro: O Mundo de Amílcar Cabral

Aurora Almada e Santos (Instituto de História Contemporânea/IN2PAST – NOVA FCSH), Nuno Domingos (Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa – ICS-UL) e Osvaldino Monteiro (Universidade de Cabo Verde - UniCV)

Painel VI

Hora: 17:15-17:45

Moderadora: Ackssana Silva (Centro de Estudos sobre África e Desenvolvimento – CEsA-ISEG)

CONFERÊNCIA DE ENCERRAMENTO: “100 anos de Cabral em 50 anos de 25 de Abril: o que nos ensina a história?” | Miguel Cardina (Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra – CES-UC)

17:45-18:00Encerramento

Diretora da CCGB – Rita Ié

Animação cultural

No próximo sábado, 21 de setembro, a cidade de Lisboa será palco da primeira grande Marcha Cabral, um evento organizado para celebrar o centenário de nascimento de Amílcar Cabral, o destacado líder das lutas pela independência da Guiné-Bissau e de Cabo Verde. A marcha, que ocorrerá na emblemática Avenida da Liberdade, pretende homenagear o legado de Cabral e destacar a sua importância na luta anticolonial e na Revolução dos Cravos, que culminou no fim da ditadura salazarista em Portugal.

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O evento, que é uma iniciativa conjunta de vários coléticos e organizações pan-africanistas que constituem o Movimento Negro em Portugal, contará com a participação da Casa da Cultura da Guiné-Bissau. Esta marcha segue uma longa tradição de marchas que se realizam em Cabo Verde em homenagem a Cabral, especialmente na cidade da Praia, há mais de uma década. Desta forma, o evento em Lisboa não é apenas uma celebração, mas também uma inspiração e um sinal de compromisso da diáspora, com a proposta de que se torne uma tradição de luta.

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Os organizadores enfatizam a importância de reconhecer Amílcar Cabral como uma figura fundamental na história contemporânea de Portugal, destacando o seu papel crucial na luta pela independência das colónias africanas e na própria Revolução dos Cravos, que pôs fim à ditadura em Portugal. Consideram que o 25 de Abril tem as suas raízes na resistência africana e que os esforços de Cabral foram decisivos para abrir o caminho para essa transformação política. Por isso, a marcha percorrerá a Avenida da Liberdade — o mesmo local onde, anualmente, milhares de pessoas se reúnem para celebrar o fim do regime salazarista — com o objetivo de afirmar que Amílcar Cabral deve ser lembrado como um dos heróis desse movimento revolucionário.

A marcha pretende ser mais do que uma homenagem; será um grito de resistência contra a fome, a guerra, a miséria, e a injustiça que ainda hoje afetam muitos povos ao redor do mundo. Além disso, a organização sublinha que marchará em solidariedade combativa com os povos do Congo, do Sudão, da Palestina, da Guiné-Bissau, e todas as pessoas que continuam a enfrentar a brutalidade dos poderes racistas, xenófobos, fascistas, patriarcais, afrofóbicos e neocoloniais.

Os movimentos envolvidos também destacam a importância de combater o esquecimento, o apagamento e o silenciamento das vozes dos povos oprimidos e dos seus líderes históricos. “Kolonialista dividi-nu pa konkista-nu, ma Cabral torna djunta-nu,” (Os colonialistas dividiram-nos para nos conquistar, mas Cabral uniu-nos novamente) afirmam, reiterando a importância da unidade na luta contra todas as formas de opressão.

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A concentração para a Marcha Cabral está marcada para as 15h00, no Marquês de Pombal em Lisboa. O percurso seguirá até ao Largo de São Domingos no Rossio.

“Façamos povo!” Juntem-se a nós neste dia histórico para honrar o legado de Amílcar Cabral e fortalecer a luta por justiça e igualdade para todos.

® fotografias: Abigail Indi

A Equipa da CCGB

Entre os dias 09 e 12 de setembro, decorre o Simpósio Internacional “Amílcar Cabral: Um Património Nacional e Universal”, evento que celebra o legado do líder revolucionário e pensador africano. Organizado pelo Centro de Estudos Sociais Amílcar Cabral (CESAC), o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisa (INEP), a Universidade Amílcar Cabral, a Universidade Colinas de Boé, a Fundação Amílcar Cabral e a Universidade de Cabo Verde (Uni-CV), o simpósio será realizado simultaneamente em Cabo Verde e na Guiné-Bissau.

Com um vasto programa de atividades, o simpósio conta com a participação de figuras proeminentes da área académica, política e social, para discutir e refletir sobre a herança deixada por Amílcar Cabral e o seu impacto global.

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Boas-vindas e Abertura

O evento será iniciado com palavras de boas-vindas de Ana Maria Cabral, representante da família de Amílcar Cabral, seguida de Pedro Pires, Presidente da Fundação Amílcar Cabral, e José Maria Neves, Presidente da República de Cabo Verde. O Reitor da Universidade de Cabo Verde, José Arlindo Barreto, também marcará presença na cerimónia de abertura.

Palestras de Destaque

A conferência de abertura, intitulada “O Conceito de Emancipação no Pensamento e Práticas de Amílcar Cabral”, contará com a participação de António Correia e Silva (Uni-CV), Miguel de Barros (CESAC) e o próprio Pedro Pires. Outro momento de destaque será a palestra sobre “O Legado de Amílcar Cabral e a Mediação na África”, com Abdoulaye Bathily, ex-Chefe da Missão Especial das Nações Unidas para a Líbia.

Painéis Temáticos

Diversos painéis irão aprofundar a contribuição de Amílcar Cabral em várias frentes:

Outros Destaques

Entre os principais participantes estão Hakim Adi (University of Chichester), Dimir Constantino Coutinho Sampa (DCS Law Firm), Aurora Almada e Santos (IHC - NOVA FCSH) e Issa G. Shivji (Universidade de Dar es Salaam), que contribuem para a análise de temas que variam da emancipação feminina à resistência cultural e às estratégias de descolonização.

Encerramento

O evento encerra com uma conferência final sobre "O Contributo dos Cientistas Sociais para a Universalidade do Pensamento de Amílcar Cabral", conduzida por Odair Barros Varela (Universidade de Cabo Verde) e mediação de Lili Pontinta Cá (Universidade Amílcar Cabral). A mesa de encerramento contará com representante da família Cabral, Iva Cabral, Associações dos Antigos Combatentes, e líderes académicos e governamentais.

O simpósio será transmitido online via Zoom, permitindo a participação global. Para participar utilize as seguintes credenciais:

Para consultar o programa completo e mais detalhes sobre o evento, visite o link do programa completo.

O Simpósio Internacional "Amílcar Cabral: Um Património Nacional e Universal" promete ser um evento significativo, proporcionando uma plataforma para a exploração e celebração do impacto duradouro de Amílcar Cabral,  as suas contribuições para a emancipação e o desenvolvimento global.

A Equipa da CCGB

I ENCONTRO DE ARTISTAS E ESCRITORES GUINEENSES

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Iniciativa: Casa da Cultura da Guiné-Bissau (CCGB)

Parceiros: Associação de Escritores Guineenses (AEGUI), Associação de Estudantes da Guiné-Bissau em Lisboa (AEGBL), Clube Amor à Leitura (CAL), Direção-Geral do Livro, dos Arquivos e das Bibliotecas (DGLAB), Edições Corubal,  Falas Afrikanas, Nimba Edições, KuSiMon Editora, PEN Guiné-Bissau, Rosa de Porcelana Editora, TuduTicket

Local do evento: Torre do Tombo, Cidade Universitária, Lisboa

Data: 12 de Setembro

PROGRAMA

Atividades durante todo o evento

Abertura do evento

Hora: 10:00-10:30

Animação Cultural com Braima Galissa

Intervenções:

Subdiretor-Geral da DGLAB - Bruno Duarte Mendes Eiras

Diretora da CCGB - Rita Ié

Comissão Organizadora - Sumaila Jaló

Painel I

Hora: 10:30-11:00

Conferência: “O papel das artes e da literatura na construção da identidade guineense”

Orador: Abdulai Sila

Moderadora: Sona Fati

11:00 – Pausa café

Painel II

Hora: 11:30-12:30

Bantaba: “Desafios de produção e divulgação artística e literária na Guiné-Bissau”

Debatedores: João Carlos Barros, Marie Turpin, Juvenal Cabral e Tony Tcheka

Moderadora: Mariana F. Tandler

Painel III

Hora: 12:30-13:30

Bantaba: "Criação artística e literária como instrumentos de consciencialização: desafios e perspetivas”

Debatedores: Flaviano Mindela, Young Nuno, Werton

Moderadora: Melisiana R. Diasso

13:30-15:30 – Almoço (livre)

Painel IV

Hora: 15:30-16:30

Conversa/Djumbai: “Nós, o corá e a tina – entre ritmos, melodias e relações sociais”

Amadu Dafé (moderador), Braima Galissa, Tequiciana Sanca, Tony Osvaldo

16:30 – Momento de homenagem

Painel V

Hora: 17:00-18:00

Apresentação do livro: Cartas de Amílcar Cabral a Ana Maria: Entre mim e ti, aconteceu Amor

Ndira Cabral e Filinto Elísio

18:00-18:15 – Encerramento

Diretora da CCGB

Animação cultural

*Por confirmar

A cidade de Coimbra será palco de uma série de eventos culturais e académicos para celebrar o centenário do nascimento de Amílcar Cabral, líder da luta pelas independências da Guiné-Bissau e Cabo Verde e um dos principais responsáveis pelo derrube do regime fascista do Estado Novo. Organizado pela Escola da Noite (Grupo de Teatro de Coimbra) e pela Cena Lusófona (Associação Portuguesa para o Intercâmbio Teatral), o programa, intitulado "Amílcar Geração" https://weblog.aescoladanoite.pt/centenario-de-amilcar-cabral-em-coimbra/, conta com uma ampla gama de atividades que vão desde apresentações de livros e documentários a exposições, música e teatro.

Abertura e Apresentações de Livros

O evento de abertura acontecerá no dia 4 de setembro de 2024, na Biblioteca Municipal de Coimbra, com a apresentação do livro "O Mundo de Amílcar Cabral". Este evento contará com a presença de personalidades como Francisco Queirós, Julião Soares Sousa, Maria Inácia Rezola, Teresa Cravo e Victor Barros. A entrada é livre e o evento é coorganizado pela Biblioteca Municipal de Coimbra, a Comissão Comemorativa dos 50 anos do 25 de Abril, Edições Fora de Jogo e o Laboratório Associado IN2PAST.

Outras apresentações de livros estão programadas para os dias seguintes, com destaque para "O dispositivo mnemónico: uma história da memória da luta de libertação em Cabo Verde", de autoria de Miguel Cardina e Inês Nascimento Rodrigues, e "Análise de Alguns tipos de Resistência", uma obra com textos de Amílcar Cabral, numa edição de Inês Neto Galvão, João Neves e Rui Lopes.

Documentários e Debates

Os documentários desempenham um papel central no programa, proporcionando uma visão cinematográfica da história da guerra colonial / luta de libertação. Destacam-se exibições como "Guiné-Bissau: da memória ao futuro" e "As duas faces da guerra", seguidas de debates com a presença de realizadores, acompanhados de alguns convidados.

Exposições e Instalações

Ao longo de setembro, diversas exposições e instalações estarão disponíveis para visita em vários locais da cidade, como a Biblioteca Municipal de Coimbra e a Sala Jorge Pais de Sousa da Cena Lusófona. As exposições variam desde fotografias de Amílcar Cabral por Bruna Polimeni até uma instalação sonora com excertos de emissões da Rádio de Libertação. Essas atividades possibilitam outro tipo de olhar sobre a figura de Amílcar Cabral e a luta por ele dirigida.

Música e Teatro

A programação musical inclui o DJ Set “Músicas da Luta”, no dia 7 de setembro, com Inês Rodrigues  e João Gaspar, e um concerto de Nené Pereira no Salão Brazil em 11 de setembro, cujos bilhetes variam entre 5 a 10 euros. O evento de teatro "Amílcar Geração", com Ângelo Torres, será apresentado nos dias 12 e 13 de setembro, seguido de conversas com o ator e outros convidados, facilitadas por Igor Lebreaud.

Encerramento e Destaques

O programa culmina com a apresentação do livro "Amílcar Cabral: textos da luta", no dia 13 de setembro, trazendo Rui Mota e Carlos Lopes Pereira à discussão. Os eventos de comemoração encerram com a continuidade de exposições até o final de setembro, oferecendo múltiplas oportunidades de engajamento com o legado de Amílcar Cabral.

Informações e Reservas

Os interessados podem participar de todos os eventos que são, na sua maioria, de entrada livre. No entanto, para eventos pagos e mais informações sobre reservas, é possível entrar em contato através dos números 239 718 238 ou 966 302 488, ou pelo e-mail bilheteira@aescoladanoite.pt.

Estas comemorações representam uma oportunidade única para a comunidade de Coimbra e visitantes de todo o país para refletir sobre o impacto duradouro de Amílcar Cabral e a relevância da sua luta por liberdade e justiça social.

 

A Equipa da CCGB

 

A Casa da Cultura da Guiné-Bissau visitou recentemente a mediateca 'Abotcha', localizada na aldeia de Malafo, um espaço que simboliza a continuação do legado de Amílcar Cabral. A mediateca foi inaugurada em 12 de setembro de 2022, uma data histórica que marca a primeira vez que Sana Na N'Hada, Flora Gomes e outros cineastas realizaram filmagens na Guiné-Bissau.

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A criação da mediateca 'Abotcha' contou com o apoio do realizador guineense Sana Na N'Hada, da cineasta portuguesa Filipa César e do artista transdisciplinar guineense Marinho de Pina. Este espaço multifuncional inclui uma biblioteca e uma sala de computadores, que oferecem à comunidade local um ambiente propício para leitura, estudo e acesso à informação.

Atualmente, a mediateca recebe cerca de 700 alunos até ao 9º ano de escolaridade, com planos de expandir os seus serviços para incluir estudantes até o 12º ano. Sob a liderança de Amadeu Pereira na Onça, a mediateca 'Abotcha' tem se tornado um ponto central de aprendizagem e preservação cultural na região, oferecendo aos jovens a oportunidade de aprofundar o seu conhecimento sobre a história, a cultura e os valores defendidos por Amílcar Cabral.

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Durante a visita, a CCGB teve a oportunidade de explorar as instalações e conversar com o diretor Amadeu Pereira na Onça, que enfatizou a importância deste espaço educacional e cultural para a comunidade. “A mediateca não é apenas um lugar de aprendizagem, mas também um farol de cultura e história para as futuras gerações”, afirmou Pereira na Onça.

A visita da Casa da Cultura reflete seu compromisso contínuo com a promoção da educação e valorização da cultura guineense. Além de preservar a memória de Amílcar Cabral, a mediateca 'Abotcha' abre novas possibilidades de aprendizagem e crescimento para as futuras gerações.

A Casa da Cultura da Guiné-Bissau convida todos a visitarem a mediateca 'Abotcha', explorarem os recursos oferecidos e participarem das atividades culturais e educativas. Este espaço não apenas preserva a memória de Amílcar Cabral, mas também abre novas possibilidades de aprendizagem e crescimento para as futuras gerações.

A equipa da CCGB

CCGB

Organização sem fins lucrativos, dotada de natureza associativa, registada em Portugal com o número de identificação de pessoa coletiva 517823799.
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