A Guiné-Bissau celebra uma conquista histórica: o Arquipélago dos Bijagós foi oficialmente reconhecido como Património Mundial Natural pela UNESCO, tornando-se o primeiro sítio do país a receber esta distinção internacional. O anúncio foi feito no dia 13 de julho de 2025, em Paris, durante a 47.ª sessão do Comité do Património Mundial. Este reconhecimento consagra a riqueza ecológica e cultural do arquipélago, mas também reafirma o compromisso da Guiné-Bissau com a preservação ambiental e o respeito pelas suas comunidades tradicionais.
Localizado ao largo da costa atlântica e composto por 88 ilhas e ilhéus, o arquipélago dos Bijagós destaca-se pelas suas paisagens únicas — mangais, florestas tropicais, praias intocadas — e por uma biodiversidade única. É habitat de espécies emblemáticas como as tartarugas-verdes, os hipopótamos de água salgada, golfinhos, peixes-boi e milhares de aves migratórias, que tornam este território um verdadeiro santuário natural. Mas o Arquipélago dos Bijagós é mais do que um paraíso ecológico: são também um território de cultura viva, habitado por cerca de 30 mil pessoas que, há gerações, mantêm práticas espirituais e modos de vida sustentáveis, que protegem áreas sagradas e convivem em equilíbrio com a natureza.
A candidatura à UNESCO foi apresentada em 2024 e contou com o envolvimento de várias instituições nacionais e internacionais, entre elas o Ministério do Ambiente e o Instituto da Biodiversidade e das Áreas Protegidas (IBAP).
O processo teve como base o valor único do território e o papel fundamental das comunidades locais na sua preservação. O reconhecimento agora alcançado é, por isso, também um tributo à sabedoria ancestral do povo bijagó, cuja relação com a terra e o mar tem sido essencial para a conservação dos ecossistemas da região.
Este estatuto internacional abre novas perspetivas para a Guiné-Bissau. Espera-se que contribua para a dinamização do turismo sustentável, a valorização das práticas culturais locais, o investimento em infraestruturas e a criação de oportunidades para a juventude e para as comunidades locais. A classificação reforça ainda a necessidade de proteger o território contra ameaças como a poluição, a sobrepesca e a degradação ambiental e coloca as populações locais no centro das decisões.
Este é o primeiro bem da Guiné-Bissau inscrito na lista do Património Mundial Natural, mas constitui apenas o início de um novo capítulo. O país reforça assim a sua presença no mapa mundial da proteção ambiental e cultural, abre caminho para que outras expressões do património nacional venham também a ser reconhecidas internacionalmente.
Parabéns à Guiné-Bissau e ao povo bijagó por esta vitória que é também do planeta.
Fotos: IBAP
A Equipa da CCGB
