Iniciativa: CCGB – Casa da Cultura da Guiné-Bissau
Enquadramento: Comemoração do Centenário de Amílcar Cabral
Curadoria: Catarina Laranjeiro e Marinho Pina
Local: Casa do Comum (R. da Rosa 285, 1200-385 Bairro Alto – Lisboa)
Datas: 25, 28 e 29 de setembro
Sinopse
“N’tchanha, N’tchanha, silo be minto”. É N’tchanha quem faz os melhores potes, é ela quem faz aquele pote com a melhor água, a água capaz de esfriar o peito, realizar esperanças, regar sonhos e deixar espaço para a sabura da vida. Há muito tempo que se luta à procura de N’tchanha na Guiné-Bissau, com muitas armas e muitas ferramentas, algumas das quais: contos, cantos, adivinhas, poesias, provérbios, músicas, ritmos, danças, teatro e, também, cinema.
Celebrando o centenário de Amílcar Cabral, a Casa da Cultura da Guiné-Bissau propõe um ciclo de cinema para traçar os “Caminhos de N’tchanha”, da colónia à independência, estendendo-se às diásporas.
Partindo do filme O Regresso de Cabral (1978), Marinho Pina convidará os espectadores a descobrir as diferenças nos filmes protagonizados por dois Rebelos de Sousa, deixando no ar, a música e o carisma de Djeni di Rima. Nos filmes de propaganda, onde líderes de diferentes tempos chamam o povo às ruas, encontramos continuidades onde se imaginariam ruturas.
Na segunda sessão, celebraremos a Luta de Libertação e a Independência. Num primeiro registo, Cabral, hábil diplomata, é o anfitrião de uma exposição sobre as atividades sociais e militares do PAIGC, para diferentes embaixadores, e representantes internacionais. Nos filmes do imediato pós-independência, o líder do PAIGC é a omnipresente memória. Por fim, um filme sobre as consequências da ofensiva colonial e do exílio das populações durante a guerra, no cultivo dos campos de arroz.
A terceira sessão é dedicada aos realizadores que, filmando a Guiné-Bissau contemporânea, no continente e nas diásporas, trabalham sobre legados coloniais e não coloniais, ainda não superados. A educação, as vontades e os destinos dos jovens guineenses entre trânsitos, são aqui chamados a debate, numa sessão que contará com a presença de vários realizadores, e que terminará na pista de dança.
Finalmente, a quarta sessão é para toda a família. Começaremos com um filme pós-independência, de Sana Na N´Hada, um dos pioneiros do cinema guineense, censurado pelo governo de então, por mostrar uma Guiné-Bissau, aparentemente, não mostrável. Segue-se uma obra realizada à margem do cinema institucional, no bairro de Cuntum, em Bissau. Terminaremos com o mais recente sucesso do cinema guineense, realizado pelo coletivo Ami ku nha Sunhu, um grupo de jovens também que carregam o sonho de encontrar o “Caminho de N’tchana”. O Djumbai final será acompanhado por um “kume-kume”.
Programa
I Sessão
Com intervenções de abertura e comentários intercalares
Duração da sessão: 92’
II Sessão
Seguida de Animação de DJ Boris, que tocará músicas africanas até às 2h.
Duração: 78’
III Sessão – voltada para as famílias
Seguida de Kume-Kume
Kume-Kume é um jogo de solidariedade e de cuidado, praticado por crianças, em que todas levam alguma comida, independentemente da quantidade. A expressão "memu kabas ta bentia mama", significa precisamente que partilhar comida fortalece a fraternidade. Vem brincar connosco! Traz a tua comida para aquecer o corpo e leva amor para tchiquinir a alma.
Duração: 101’